Sono! Estamos dando a merecida atenção?

Nos dias atuais vivemos cercados de demandas o dia inteiro, várias tarefas a serem cumpridas, inúmeras listas de obrigações que se apresentam no nosso dia a dia. Normalmente estamos tão pressionados a estar sempre alertas e produtivos, que acabamos muitas vezes nos privando do sono, reduzindo números de horas dormidas, assim como piorando a qualidade dessas horas.

O sono adequado está diretamente relacionado à qualidade de vida e impacta em maior expectativa de vida quando ele é adequado. Antigamente dormia-se em média 9 horas por noite, porém atualmente estamos dormindo cada vez menos, principalmente a parcela jovem e adulta da população.

Sabemos que o processo de dormir é muito importante para o nosso organismo. É durante o sono que realizamos a fixação da memória, o fortalecimento do sistema imunológico e a liberação e regulação de alguns hormônios. Além disso, é quando nosso sistema respiratório, cardiovascular e nosso cérebro descansam. Por isso essas horas de sono são preciosas e devem ter a devida atenção.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 40% das pessoas sofre de algum distúrbio do sono ou considera que não dorme como gostaria. Esse índice é bastante alto, você concorda? E você, considera que está fazendo parte dessa proporção da população que considera o sono ruim? Um estudo realizado recentemente pela Fundação Nacional do Sono, nos EUA, aponta indicativos de que uma pessoa esteja dormindo mal.

  • Demorar mais de uma hora para adormecer
  • Acordar quatro ou mais vezes durante a noite
  • Passar menos de 74% do tempo deitado na cama dormindo
  • Ficar mais de 41 minutos acordado durante a noite

A insônia é um dos distúrbios de sono que mais afeta a população. Pode ser dividida em dois tipos:

– SITUACIONAL: quando estamos mais ansiosos por algo que irá ocorrer nos próximos dias, por exemplo, quando terá que realizar uma prova importante. O sono volta ao normal assim que tal situação se resolve.
– CRÔNICA: quando a insônia dura mais do que um mês e comumente está associada a outros distúrbios, como transtornos de humor ou ansiedade, por exemplo.

Não necessariamente precisamos de medicações ou terapias para conseguir retomar o sono adequado. As vezes, pequenas mudanças comportamentais serão suficientes para lhe ajudar a dormir melhor. Devo frisar que, caso você apresente tais dificuldades e não esteja conseguindo implementar mudanças sozinho, pode procurar um psiquiatra para lhe ajudar nessa tarefa. Muitas vezes o problema do sono pode fazer parte de outros quadros que devem receber a devida atenção e tratados, como por exemplo, transtorno de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, pânico, etc.

Bom, pensando nisso, coloco aqui algumas medidas que podem ser feitas facilmente, e todas as noites, tornando um hábito.

– Tentar dormir aproximadamente 8h por noite. Dormir muito mais do que isso não é melhor e pode significar algum distúrbio ou problema subjacente.
– Praticar atividade física regular, porém evitar praticar próximo do horário de dormir.
– Evitar alimentos gordurosos à noite.
– Evitar o consumo de álcool antes de dormir.
– Evitar o consumo de certas bebidas estimulantes final de tarde e a noite (energéticos, chimarrão, chá preto, refrigerantes, café)


– Evitar utilizar dispositivos luminosos antes de dormir (celular, tablet e computador). Celular é um vilão para o sono! Se não puder evitar, utilize o filtro de luz azul ou diminua ao máximo a intensidade de luz emitida pelas telas.
– Evitar envolver-se em atividades muito excitantes, perturbadoras ou que exigem muita concentração antes de deitar.
– Evitar de planejar e repensar tarefas que deverão ser feitas no dia seguinte.
– Evitar ficar longos períodos deitado na cama acordado.
– Evitar trabalhar, comer ou assistir televisão no quarto. Nosso cérebro precisa aprender que a cama é local para dormir e não para trabalhar ou fazer qualquer outra atividade. Precisamos ensinar nosso cérebro a associar cama ao sono.

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Os primeiros passos para eliminar o vício do cigarro

“Eu consigo parar de fumar sozinho ou com ajuda profissional?” “Existem riscos ao fumar?” “O que eu devo fazer para cessar o uso?” “Quero parar de fumar, mas não consigo” “Já tentei várias vezes parar, mas sempre acabo retornando o uso”. “Por que parar de fumar é tão difícil?”

Esses são alguns dos questionamentos que provavelmente você já fez a si mesmo quando reflete a respeito do hábito de fumar, não é?

Nesta página do BLOG comentarei algumas medidas para você reduzir ou eliminar o cigarro do seu dia a dia e manter a abstinência do tabagismo. Entenderá porque mesmo sabendo dos malefícios do tabagismo você continua fumando. Além da força de vontade, o entendimento de todo esse processo serão essenciais para enfrentar o vício.

No cérebro possuímos uma região chamada sistema límbico que é a responsável pelo processamento de todos os prazeres que vivenciamos- chamado sistema de recompensa. Nele ocorre uma cascata de reações que produz as sensações prazerosas, por exemplo, quando comemos um alimento gostoso, saboroso, quando temos uma relação sexual, quando temos interações pessoais muito agradáveis, quando recebemos carinho e, claro, quando provamos alguma substância (COMO O CIGARRO). Há uma liberação de dopamina, que é um neurotransmissor que faz repetir tal comportamento, buscar realizá-lo frequentemente e tornar o ato corriqueiro, gerando o vício.

Quando você fuma, pode ocorrer um aumento da atividade desse sistema de recompensa em até 1000 vezes! Isso faz com que você tenha dificuldade em parar de fumar ou quando consegue parar, acaba retomando em seguida o uso do cigarro!
Dessa forma você busca em suas tragadas o mesmo prazer que sentiu na primeira vez que usou cigarro. Que maravilha, não? Mas então por que parar algo que lhe dá tanto prazer? Continue o texto e saberá o porquê.

O que a nicotina faz com seu corpo?

O cigarro possui mais de 5000 substâncias deletérias para o organismo. Podemos citar, dentre todas as substâncias tóxicas e cancerígenas: níquel, cadmo, benzopireno, arsênio, chumbo, amônia, cetonas, formaldeído, monóxido de carbono, acetaldeído, resíduos de agrotóxicos e até substâncias radioativas. Existe alguma delas que não seja deletéria ao seu organismo?Não! Todas são prejudiciais de alguma forma. O tabagismo é uma das causas mais comuns e preveníveis (que poderiam ter cessado se tratadas) de morte e perda da qualidade de vida (anos vividos de forma saudável). O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde a primeira causa de morte evitável do mundo.

O que ocorre em você para que continue fumando?

Quase todos sabem os problemas que o cigarro causa: câncer (pulmão, esôfago, próstata, etc), AVC (derrame e isquemia), DPOC (doença crônica dos pulmões), problemas cardíacos, entre outras doenças.
E por que você continua fumando sabendo desses riscos? Isso é decorrente do efeito citado acima. A nicotina causa dependência, recompensa você de forma prazerosa. Quando inalamos a fumaça do cigarro, em menos de 10segundos a nicotina atinge nosso cérebro e ativa o sistema de recompensa (o que foi explicado acima).

Por que vai parar de fumar, não é? se quando tenta parar sente piora do humor , fica rabugento, irritado, com problema de sono, dificuldade para se concentrar. Além disso, a nicotina provoca a sensação de com ela “é melhor”, “produz mais”, irrita-se menos. Será que isso é verdadeiro?
Simples. Você pode analisar isso nos primeiros dias ou horas em abstinência, pois após uso prolongado do cigarro ele vai causar um conjunto de sintomas (citados a seguir) que chama-se síndrome de abstinência. Ela ocorre quando você passa algumas horas sem fumar.
Reconhece? Percebe que você fica irritadiço e com dificuldade para concentrar-se. Logo fuma e isso passa, sente-se calmo novamente. Isso faz o cérebro fixar, “memorizar” que com o cigarro “a vida fica mais agradável”. Isso gera um ciclo vicioso. O cérebro precisa de mais nicotina para liberar dopamina e reinicia todo o processo.

Charutos, palheiros e narguilés também são prejudiciais a saúde?

Fumo de rolo, rapé, charutos, palheiros, narguilé também são prejudiciais a saúde. Narguilé, hoje em dia, está “na moda”. Por usar um dispositivo de filtro com água, pode dar a impressão de que é menos prejudicial a saúde do que o cigarro. No entanto, a realidade é bem diferente. Segundo a Organização Mundial de Saúde, fumar narguilé por 20 a 80 minutos é o equivalente a exposição a todas as substâncias tóxicas equivalentes a fumaça de 100 cigarros!

O que é Síndrome de abstinência e tolerância?
Tolerância é a necessidade de doses cada vez maiores (neste caso do cigarro/nicotina) para alcançar o prazer que antes acontecia com um ou poucos cigarros, o que faz você precisar sempre elevar o consumo. Afinal, você deve conhecer algumas pessoas que acabam consumindo mais de dois maços de cigarro ao dia, não é?

De antemão você deve ser perguntar: será que passarei mal quando quiser parar de fumar? Sim, nos primeiros dias isso poderá acontecer.Pode sentir alguns efeitos como os descritos abaixo:

  • Sentir-se estranho, angustiado
  • Sentir desconforto (leve a moderado)
  • Ter insônia
  • Sonolência durante o dia (talvez por dormir mal à noite)
  • Dores de cabeça
  • Sentir tontura ou tremores
  • Dificuldade de concentração
  • Sentir-se irritado, nervoso
  • Sentir mais fome
  • Tossir e ter dor de garganta

Esses sintomas acima são característicos da síndrome de abstinência. Alguns indivíduos apresentarão graus leves, moderados e outros podem não sentir nenhum sintoma. Eles são sinais (por incrível que pareça) de que o organismo está retornando a um estado saudável- afinal você estará se desvencilhando de algo que lhe causa todos esses sintomas. Como exemplo, a tosse que ocorre logo ao parar de fumar. Ela acontece, pois os cílios que existem dentro dos brônquios (pulmões) voltam a funcionar normalmente (antes estavam paralisados pela fumaça), varrendo a sujeira para fora do corpo.

Estes sintomas vão durar para sempre?

Não. Os sintomas tendem a parar em duas semanas, por vezes menos. Ficará mais disposto, melhorará a respiração, voltará a sentir os alimentos com mais sabor, sua família deixará de ser fumante passivo (fumar com você indiretamente e estar exposto ao mesmo risco que você).

Para seu tratamento é importante que possa refletir sobre alguns pontos importantes:

  • Percebeu quantos cigarros você fuma ao dia? Quanto custa cada carteira de cigarro? Agora multiplique por 30 (dias do mês) e depois por 12 (meses do ano). Que quantia você gasta por ano em cigarro?
  • Já pensou qual o grau do seu vício? A dificuldade para não fumar principalmente pela manhã?
  • Já tentou várias vezes parar, mas sempre retorna o uso? O que deve ser feito?
  • Essas são algumas questões que passam pela cabeça de uma pessoa fumante e que está pensando parar de fumar. Uma dica importante para quem deseja parar de fumar é estabelecer uma data para isso. Com uma data pré-definida, você pode se programar mentalmente e fisicamente para este dia e terá tempo para definir a melhor estratégia para si mesmo.

Uma estratégia é perceber quais são seus hábitos diários que estão relacionados ao fumo. Isso ocorre, pois nosso cérebro “registra” no centro da memória, os hábitos que normalmente estavam associados ao cigarro.

Por exemplo: a pessoa passou anos de sua vida tendo o hábito de fumar e tomar um cafezinho após o almoço. Ao tentar parar de fumar, após as refeições, tomando seu cafezinho, automaticamente seu cérebro vai recordar do cigarro e sua memória límbica (memória emocional), entrará em ação, lembrando de quão prazeroso eram aqueles momentos (cafezinho- cigarro).
Sugiro que você faça um modelo de diário, registrando quantas vezes, quando e onde fuma. Esse registro irá lhe ajudar a identificar gatilhos e atos que estão associados ao fumo, e assim ficará mais fácil tentar mudar alguns hábitos.

Escreva uma lista de razões que lhe fazem parar de fumar. Essa lista poderá ser sempre relida para reforçar seus desejos, e assim lhe auxiliar a enfrentar o desafio que é parar de fumar.
O medo da recaída é grande e se ocorrer pode ser acompanhada por um sentimento de fracasso. No entanto, deve-se ter em mente que o tabagismo é uma doença crônica e que recaídas são frequentes. Cada recaída será um processo de aprendizado, ou seja, tudo que você aprendeu sobre isso não será perdido e poderá ser utilizado em sua próxima tentativa, dessa vez com maior chance de êxito.
Evite a primeira tragada, basta um cigarro para desencadear a mesma vontade de antes!

Algumas dicas para saber lidar com o desejo de parar de fumar:

  • Beber muita água. Poderá também fazer bochechos com água gelada em momentos de muita vontade de fumar
  • Escove os dentes após as refeições. A sensação de dentes limpos ajuda a impedir a recaída.
  • Evite beber álcool
  • Evite permanecer em áreas de fumantes
  • Tenha sempre consigo uma bala ou goma dietética para mastigar
  • Faça mais atividade física. Isso irá ajudá-lo a relaxar
  • Tente fazer exercícios de respiração profunda para relaxar.

Ok! Mas se tudo isso não for suficiente?
Sim, ainda existem outras armas para ajudar o fumante a deixar o vício.
Gomas e adesivos de nicotina às vezes podem ser suficientes para ajudar o fumante a atingir o êxito em sua empreitada. Medicações como a Bupropiona e a Vereniclina também podem ser usadas, porém sempre com orientação médica, principalmente do seu psiquiatra.
Durante uma avaliação com o médico psiquiatra, será possível identificar a possível existência de outros transtornos, que podem estar associados ao vício do cigarro, tais como transtorno de ansiedade, fobias, depressão, déficit de atenção, etc. O tratamento de tais transtornos se faz necessário para o sucesso do tratamento da dependência de nicotina.
Portanto, você não está sozinho. Seus benefícios em parar de fumar são muito maiores do que o pequeno prazer que ele lhe causa momentaneamente. Muitas vezes os fumantes usam o cigarro como um instrumento para evitar uma situação estressante. Por isso é importante aprender a lidar melhor com as verdadeiras fontes de estresse na vida.

Escala de Fagerstrom

Preencha a escala de Fagerstrom que quantifica sua dependência e grau de abstinência (desconforto) que possuirá ao deixar de fumar.

1. Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro?

  • (3) nos primeiros 5 minutos
  • (2) de 6 a 30 minutos
  • (1) de 31 a 60 minutos
  • (0) mais de 60 minutos

2. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos?

  • (1) sim
  • (0) não

3. Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação?

  • (1) o 1° da manhã
  • (0) os outros

4. Quantos cigarros você fuma por dia?

  • (0) menos de 10
  • (1) 11-20
  • (2) 21-30
  • (3) mais de 31

5. Você fuma mais frequentemente pela manhã?

  • (1) sim
  • (0) não

6. Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar acamado a maior parte do tempo?

  • (1) sim
  • (0) não

Total:

  • 0-2 = muito baixa;
  • 3-4 = baixa;
  • 5 = média;
  • 6-7 = elevada;
  • 8-10 = muito elevada

Uma soma acima de 6 pontos fala a favor que possivelmente você sentirá desconforto (síndrome de abstinência) ao deixar de fumar.

  • 0-1 pontos: fraca nicotino-dependência. Podem ocorrer leves sintomas da Síndrome de Abstinência (SA). Esses fumantes raramente precisam de ajuda para abandonar o tabaco.
  • 2-3 pontos: certo grau de nicotino- dependência. Podem aparecer sintomas mais acentuados da SA. Com alguma frequência há abandono espontâneo do tabaco. O tratamento irá auxiliar.
  • 4-5 pontos: A nicotino- dependência é mediana. Surgem sintomas de SA e com frequência, o tratamento obtém resultados positivos.
  • 6-7 pontos: A nicotino-dependência é forte, assim como a SA. O tratamento deve ser enfático e preciso, muito comumente ocorrerá por mais tempo. É indicado acompanhamento com psiquiatra, principalmente quando há ansiedade, irritação e consumo de álcool junto com hábito de fumar.
  • 8- 10 pontos: A nicotino- dependência é grave, assim como o quadro de SA. É essencial a ajuda psicológica e psiquiátrica, por ser necessário tratamento farmacológico associado. É comum a associação de comorbidades (outros problemas conjuntos) com uso de tabaco, que devem ser avaliados, como depressão, ansiedade e consumo de álcool.
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