Esquizofrenia
Sobre a esquizofrenia
A esquizofrenia atinge cerca de 1% da população mundial. O quadro inicia mais frequentemente durante a adolescência e início da idade adulta, durante a segunda ou terceira década de vida. No sexo masculino a doença costuma aparecer entre 15 e 20 anos. No sexo feminino costuma aparecer mais tarde, por volta dos 30anos. Mais raramente, o início da doença pode ocorrer durante a infância e também em adultos maiores de 50 anos.
É uma doença crônica e complexa. O quadro clínico é polimorfo e heterogêneo.
É um distúrbio que afeta o pensamento (produção de delírios), dificultando o julgamento de realidade. A pessoa possui a crença convicta de fatos que não condizem com a realidade. Comumente a pessoa capta “sinais” do dia a dia que justifiquem essas conclusões irreais. Por exemplo: ao assistir um noticiário na televisão, acredita que o repórter está lhe transmitindo sinais que justificam suas crenças.
A pessoa que sofre de esquizofrenia pode acreditar também que é capaz de controlar os pensamentos das outras pessoas ou que ela própria está tendo seus pensamentos controlados por outras pessoas.
Também podem ocorrer alucinações (alteração de sensopercepção). As alucinações são percepções de estímulos que não existem e que outras pessoas ao redor não observam (por exemplo, ver uma pessoa, animal ou escutar vozes que somente ela escuta). Deve-se salientar aqui, no entanto, que crenças religiosas devem ser respeitadas e levadas em conta como algo inerente à religião e não considerar sintoma psicótico.
A pessoa que sofre de esquizofrenia pode acabar perdendo a capacidade de interagir com as outras pessoas, apresentar-se apática, indiferente, incapaz de sentir prazer, sem expressão emocional, com dificuldade de linguagem, isolar-se socialmente. Pode apresentar alterações comportamentais e dificuldades cognitivas (raciocínio, linguagem, atenção, organização do pensamento e tomada de decisões).
Sabe-se que a doença é decorrente de alterações em neurotransmissores ( substâncias químicas presentes em nosso cérebro)e vias cerebrais, e que está relacionada com carga genética. Fatores ambientais (estressores) podem causar a ativação destes genes e fazer com que a doença se desenvolva. Ou seja, não são os fatores ambientais ou psicológicos que causam sozinhos a doença, apenas podem ser os gatilhos para a manifestação da doença através da ativação dos genes ligados à esquizofrenia.
Como a pessoa que sofre de esquizofrenia (quando está sintomática), comumente não possui crítica a respeito do que é realidade, acaba não procurando ajuda de profissionais. Esse papel, na maioria das vezes, é desempenhado por familiares e amigos próximos.Esses familiares ou amigos podem encontrar dificuldades para convencer a pessoa buscar atendimento médico, uma vez que as crenças são convictas e não se tem percepção que algo está errado.
Não há exame médico capaz de diagnosticar esquizofrenia.Para se realizar o diagnóstico é necessário realizar uma avaliação completa, detalhando quais sintomas apresentados e o tempo que estão ocorrendo, condições médicas gerais, uso de medicamentos, etc. É necessário também descartar outras doenças que também atingem o cérebro e podem “imitar” um quadro de esquizofrenia, por exemplo: lúpus, tumores cerebrais, doença de Wilson, Alzheimer, demência fronto-temporal, encefalite por HIV, traumatismo cranioencefálico.Também se faz necessário investigar o uso recentes de álcool, maconha, cocaína, alucinógenos.
O tratamento faz-se através de medicações (antipsicóticos) associado a abordagem não medicamentosa, como psicoterapia e abordagens psicossociais.
Para as pessoas que convivem com uma pessoa com esquizofrenia, a dificuldade em lidar muitas vezes é grande, principalmente quando a pessoa que está sintomática apresenta comportamento agressivo ou hostil. De qualquer forma, tentar ser respeitoso, gentil, prestar auxílio e e incentivar manter tratamento é muito importante para o paciente. Familiares que convivem muito próximos também podem precisar de auxílio, suporte e orientação para conseguir superar as dificuldades de convivência.
SINTOMAS
Entre os sintomas da esquizofrenia, estão:
- Delírios
- Alucinações
- Pensamento desorganizado
- Apatia
- Indiferença afetiva
- Falta de iniciativa
- Isolamento social
- Comportamento motor animal
- Prejuízo na linguagem
TRATAMENTO
Medicamentoso associado a psicoterapia e abordagens psicossociais.