Transtorno de Pânico
Sobre o transtorno de pânico
Ter um ataque de pânico isolado não é sinônimo de ter transtorno de pânico. Ataque de pânico isolado pode ocorrer em até 10% da população ao longo da vida. Já a prevalência do transtorno de pânico gira em torno de 3%. Mulheres são mais afetadas do que homens, numa proporção de 2:1.
Ataque de pânico pode ser caracterizada como uma sensação de medo ou desconforto intenso, que ocorre de forma inesperada. Ocorre uma reação corporal com sintomas de hiperatividade autonômica, isto é, palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, náusea, tontura, calafrios ou ondas de calor, sensações de formigamento, dor no peito; além de apresentar pensamentos de morte iminente ou receio de perder o controle ou “enlouquecer”. Tipicamente as crises duram em torno de 10 a 30minutos e podem ocorrer espontaneamente, ou seja, sem um fator desencadeante evidente. Podem ocorrer em qualquer contexto, inclusive durante o sono, fazendo a pessoa despertar com tais sintomas.
Frequentemente este quadro leva os indivíduos a procurar atendimento de urgência e emergência médica, acreditando estar tendo um ataque cardíaco.
Deve-se,no entanto, realizar o diagnóstico diferencial com outras doenças clínicas que poderiam estar causando esses sintomas, como doenças da tireóide, convulsões, condições cardiopulmonares; além de investigar intoxicação por drogas, cafeína e abstinência de álcool.
Os ataques de pânico podem se tornar repetitivos, podendo desencadear uma ansiedade antecipatória associada ao receio de ter novas crises e suas consequências, além de alterações comportamentais. Quando isso dura mais do que um mês, podemos considerar que está instalado o transtorno de pânico.
A preocupação persistente pode causar a esquiva de situações ou locais das quais o indivíduo associa a crises de pânico, podendo levar às consequências mais graves do transtorno de pânico não tratado, que é a evitação de locais e situações que ocorreram crises ou que lembrem tais situações de crise. Assim a pessoa pode chegar ao ponto de ter receio de frequentar qualquer ambiente público, chegando muitas vezes a restringir suas atividades diárias habituais, causando desfuncionalidade e inclusive promovendo o surgimento de outros transtornos mentais.
O transtorno de pânico é bastante frequente e pode tornar-se incapacitante. Quando não tratado, o transtorno de pânico tem o curso habitual crônico, mas com oscilações (algumas pessoas podem permanecer anos sem ter crises e outras podem ter sintomas continuamente mais graves, com períodos curtos sem crises). O transtorno de pânico está associado a níveis mais altos de incapacidade ocupacional e social, podendo levar a consequências como desemprego e evasão escolar.
SINTOMAS
Entre os sintomas do transtorno de pânico, estão:
- Sensação de morte iminente
- Medo de perder o controle ou enlouquecer
- Sensação de estar fora da realidade
- Palpitações
- Sudorese
- Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
- Tontura
- Falta de ar
TRATAMENTO
Felizmente o transtorno de pânico tem tratamento e boa resposta ao uso de medicações e de psicoterapia. A escolha do tipo de tratamento (farmacológico, psicoterápico ou ambos) vai depender da escolha do paciente juntamente com seu médico, levando em conta a gravidade do quadro, presença de comorbidades e disponibilidade do paciente.
Importante frisar que o tratamento precisa ser bem explicado ao paciente, inclusive alertando sobre a possibilidade de piora inicial dos sintomas e a latência para a melhora.
Deve – se destacar aqui que a informação e entendimento a respeito dos sintomas e de que forma a pessoa pode lidar com eles têm papel primordial e não devem ser deixado de lado. Os esclarecimento sobre o transtorno e que seus sintomas não são incomuns e não trazem real risco de vida, comumente traz alívio já inicialmente.